A Guerra do Prata, também conhecida como Guerra contra Oribe e Rosas, foi um episódio numa longa disputa entre Argentina e Brasil pela influência no Uruguai e hegemonia na região do Rio da Prata. A guerra foi travada no Uruguai, Rio da Prata e nordeste argentino de agosto de 1851 a fevereiro de 1852, entre as forças da confederação Argentina, e as forças da aliança formada pelo Império do Brasil, Uruguai e províncias rebeldes argentinas de Entre rios e Corrientes.
O antigo desejo português de dominar a região do Prata ganhou força em 1816, quando eclodiram conflitos entre argentinos e cisplatinos da Banda Oriental (hoje Uruguai). D. João, que se mudara com a Família Real portuguesa para o Brasil, em 1808, determinou a invasão da Banda Oriental, alegando que as fronteiras rio-grandenses corriam perigo. Em fevereiro de 1817, tropas portuguesas ocuparam Montevidéu e, em 1821, todo o território foi incorporado ao domínio português, passando a chamar-se Província Cisplatina.
Reação argentina
Os avanços territoriais brasileiros preocuparam o governo argentino e geraram focos de revolta entre guerrilheiros republicanos da Província Cisplatina. Em 1825, patriotas saídos de Buenos Aires proclamaram a independência da Cisplatina e anunciaram sua incorporação à Argentina. Os brasileiros foram expulsos apenas em 1827.
Brasil e Argentina em guerra
Dom Pedro I declarou guerra à Argentina em novembro de 1825. As duas nações esgotaram suas forças na batalha e concluíram não ter condições de dominar o território. Em 1828, assinaram um tratado de paz, determinando a independência da Cisplatina, que passou a se chamar República Oriental do Uruguai.
Resultado
A vitória em Caseros foi a mais significativa vitória militar brasileira, possibilitando manter a independência do Paraguai e Uruguai, e evitando a planejada invasão argentina do Rio Grande do Sul. Em apenas três anos, o Império do Brasil foi capaz de destruir todo o longo e planejado trabalho, tão desejado pelos argentinos desde sua independência, de reconstituir o antigo Vice-Reino do Rio da Prata. O que as potências da época, Grã-Bretanha e França, não conseguiram através de suas poderosas esquadras, o Brasil alcançou com o seu Exército e Armada. Representou um divisor de águas para a história da região, uma vez que não somente implicou na consagração da hegemonia imperial no Prata, como também em toda a América do Sul. A vitória sobre o Paraguai dezoito anos mais tarde seria apenas uma confirmação desta situação.
O Paraguai também foi afetado com a abertura dos rios platinos, possibilitando o recrutamento de técnicos europeus e especialistas brasileiros, assim como a compra de tecnologia bélica do exterior. Durante grande parte da década de 1850, o ditador Carlos Antonio López dificultou a livre navegação do Rio Paraguai pelos brasileiros, uma vez que temia que a província do Mato Grosso pudesse ser utilizada como base de operações para uma eventual agressão brasileira e também coagir o governo brasileiro a aceitar suas reivindicações territoriais na região. O país também passou por dificuldades para delimitar suas fronteiras com a Argentina, que almejava o controle total da região do Chaco, o que equivaleria a mais da metade do território nacional desejado pelo Paraguai .
O fim da Guerra do Prata não foi capaz de trazer paz à região e muito menos ao Uruguai, que permaneceu instável e constantemente em crise devido às disputas entre Blancos e Colorados. As disputas pelos limites fronteiriços, pelo poder entre as diversas facções na região e pela hegemonia propiciaria anos mais tarde o desencadeamento de outro conflito internacional, a Guerra do Paraguai.
postado por: Ágnis Gabrielle e Roza.
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